ATA DA QUINTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 26-3-2007.
Aos vinte e seis dias do
mês de março do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e
treze minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Jorge Sodré, José Ismael
Heinen, Marcelo Danéris, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Nilo Santos,
Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a
existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos
Comassetto, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, João Carlos Nedel,
Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Mario Fraga e Newton Braga Rosa.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 011/07, os Projetos de Lei do Executivo nos 004 e
005/07, discutidos pelos Vereadores Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Claudio
Sebenelo, Carlos Comassetto e Carlos Todeschini, o Projeto de Resolução nº
032/07; em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 005/07. Às dezessete horas e
quarenta minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos
pela Vereadora Maristela Meneghetti e secretariados pelo Vereador Alceu
Brasinha. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela
Senhora Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0840/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/07, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Escritor Luiz Carlos Verzoni
Nejar.
PROC. Nº 0982/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/07,
de autoria do Ver João Carlos Nedel, que concede a Comenda Pedro Weingärtner à
Senhora Vera Lúcia Protti Appel Mattos.
PROC. Nº 1367/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/07,
que autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito até o limite de
R$3.676.500,00 (três milhões, seiscentos e setenta e seis mil e quinhentos
reais) com a Caixa RS.
PROC. Nº 1368/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/07,
que autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito até o limite de
R$35.758.650,00 (trinta e cinco milhões, setecentos e cinqüenta e oito mil,
seiscentos e cinqüenta reais) com o Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A -
BANRISUL.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 0005/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/07,
de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que concede o Prêmio de Cidadania e
Direitos Humanos Herbert de Souza à Senhora Enid Diva Marx Backes, na
modalidade personalidade, à União das Associações de Moradores de Porto Alegre
(UAMPA), na modalidade entidade, e à Companhia de Geração Térmica de Energia
Elétrica (CGTEE), na modalidade empresa.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
público que nos acompanha aqui e pela TV Câmara, quero trazer ao debate dois
Projetos de Lei do Executivo. O PLE nº 004/07 autoriza o Poder Executivo a
contratar operação de crédito até o limite de 3 milhões e 676 mil reais com a
Caixa-RS, e o PLE 005/07 autoriza 35 milhões, 758 mil e 650 reais, junto ao
Banco do Estado do Rio Grande do Sul, o Banrisul. Isso aqui dá praticamente 40
milhões em empréstimos, valor que a Prefeitura vai tomar de dois Bancos aqui no
Estado do Rio Grande do Sul.
A primeira pergunta que nós queremos fazer - sem
retirar deste Projeto o mérito das ações que vai produzir, porque sempre há
ações na área de saneamento, habitação, melhorias para a Cidade, e obras são
sempre bem-vindas: um Secretário da Fazenda que anuncia um superávit de 93
milhões de reais e faz drásticos cortes no Orçamento da Cidade precisa buscar,
para dar a contrapartida ao Ministério das Cidades, empréstimos na monta de 40
milhões de reais? Justamente este Governo, que tem um déficit, sim, de
investimento na Cidade e um déficit pesado na prestação de serviços à Cidade?
Nós podemos perceber como está, por exemplo, a limpeza da Cidade; como estão as
condições de transporte e de trânsito na Cidade; como estão as condições das
obras e qual o papel que, de fato, esta Prefeitura tem em relação a tantos
temas importantes.
Eu
ouvi aqui um Vereador da base do Governo dizer que na gestão Fogaça, nesses
dois anos, já foram construídas mil casas. Primeiro, é um dado que carece de
comprovação, por tudo que nós vemos; segundo, mesmo que, em princípio, isso
fosse verdade - mil casas em dois anos -, seria uma redução da média histórica
dos últimos dezesseis anos, qual seja, de mil casas para quinhentas casas por
ano. Se esse dado é verdadeiro, então há uma redução pela metade no
investimento em habitação, na construção de casas, se comparado aos dezesseis
anos da Administração Popular. Então, de mil casas, virou quinhentas, e isso
ainda é comemorado como se muito tivesse sido feito. A gente sabe que o
Programa Entrada da Cidade, onde, sim, é visível ver as casas, é um projeto, um
programa que começou na Administração Popular, começou com o empenho forte da
Administração Popular. E mais: ele foi garantido com recursos do Governo
Federal. Se nós levássemos em consideração esse dado das mil habitações, em
dois anos, isso seria reduzir à metade o investimento em habitação no Município
de Porto Alegre. E foi reduzido o investimento em Saúde, foi reduzido o
investimento em Educação, foi reduzido o investimento em obras.
Mas,
Ver. Dib, a consultoria é um dado que chama atenção. A Secretaria de Governo
conseguiu gastar 1 milhão e 280 mil reais em consultoria na Secretaria de
Governo e 20 mil reais no Programa Fome Zero, Ver. Dr. Goulart, em 2006. Isso é
aceitável? É aceitável que uma consultoria ganhe um 1 milhão e 280 mil contra
20 mil do Fome Zero? É razoável que uma consultoria ganhe 1 milhão e 280 mil
reais na Secretaria de Governo, quando não foi investido nada, zero, como eu
mostrei aqui nesta tribuna, para a ampliação dos leitos hospitalares na
Emergência? Tanto não é razoável que o Prefeito Fogaça teve que voltar atrás,
quando do seu lançamento, porque viu que, na sua própria base de sustentação,
havia uma opinião quase unânime de que o seu Governo é pálido. No entanto,
antes ele fosse pálido, porque pálido, pelo menos, permanece do jeito que está.
Mas é pior do que pálido, porque é um Governo que está doente por não investir
na Cidade. E quer arrastar a Cidade junto nesse não-investimento, nessa
não-prestação de serviços, nesse não-pagamento de fornecedores e nesse arrocho
do servidor público. É uma pena que com 90 milhões de superávit, como diz o
Secretário, vai se pegar 40 milhões de empréstimo para garantir um investimento
que já devia ter sido feito há dois anos.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereador.
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidenta, Verª Maristela
Meneghetti; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e
Vereadoras desta Casa, público que nos assiste pela TV Câmara e nas galerias,
senhoras e senhores, venho a esta tribuna no período de Pauta para também fazer
menção aos Projetos de Lei do Executivo que autorizam o Poder Executivo a
contratar operações de crédito até o limite de 3 milhões e 676 mil com a Caixa-RS
e mais 35 milhões e 758 mil com o Banrisul. Nós percebemos que a preocupação do
Poder Executivo, ao submeter à apreciação desta Casa esses Projetos, é elencar
ao DEP e à Prefeitura recursos para obras essenciais à Cidade, levando em
consideração os sistemas de micro e macrodrenagens e o sistema de proteção
contra inundações.
Então,
realmente, quando o Governo se movimenta no sentido de fazer investimentos,
prevendo a possibilidade de inundações, percebe-se que existe toda uma
movimentação em torno do planejamento da Administração Pública. Eu queria fazer
aqui uma relação, porque percebo que nós estamos a recém no terceiro mês do
Governo do Estado, e, Ver. Mario Fraga, infelizmente, já está atrasada parte
dos salários dos servidores. Parece-me que aqui nós estamos trabalhando no
sentido oposto, o que é muito bom para a Cidade. Quando se pode e se têm
condições de trabalhar em parceria com o sistema financeiro é porque outras
questões também estão sanadas.
A
Administração Pública, como bem mencionou o Ver. Marcelo Danéris, trabalha
agora com o superávit se aproximando do azul. Nós sempre ouvimos falar que o
Poder Público vem trabalhando no vermelho, vem buscando pagar dívidas antigas,
mas agora me parece que não. Na semana passada esteve aqui o Diretor Teixeira,
do DEP, e ele comentava os benefícios que trará à Cidade a implementação desses
recursos para esses investimentos. Então, ficam aqui as nossas ponderações e as
nossas considerações neste período de Pauta a respeito desses dois importantes
Projetos de Lei, que investem, justamente, na micro e macrodrenagem e sistemas
de proteção contra inundações na nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Srª Presidente, Srs. Vereadores, o Ver. Marcelo Danéris, de uma forma
persecutória e maníaca, vem a esta tribuna, permanentemente, assacar
insinuações contra uma Administração, quando os negócios desta Administração, financiados
por bancos estrangeiros, exigem consultoria, exigem pareceres nas
contrapartidas. Ele mesmo sabe disto: é obrigatória a contratação muitas vezes.
Por outro lado, tiveram dezesseis anos de Administração e entregaram a Cidade
com 25% de seu esgoto tratado, 75% não tratado.
No
momento em que o DEP busca solucionar de uma forma ou de outra, no momento em
que o DMAE busca solucionar de uma forma ou de outra através de empréstimo,
sim, tivemos... Como diria o Ver. Sebastião Melo: “O Governo que trabalhou para
a banqueirada”. Agora os banqueiros são o alvo não só da Administração, no
sentido de conseguir empréstimos, como não há nenhuma alternativa para dar a
contrapartida, e o empréstimo bancário que passa por esta Casa é legal e está
sendo examinado por todos os Vereadores. E não se pode na entrelinha ter essa
sutileza de esquecer os duzentos milhões de reais de rombo com que entregaram a
Prefeitura. Todos sabem que remar contra a maré é difícil, buscar o equilíbrio
das contas públicas é dificílimo.
Agora,
então, se atinge esse equilíbrio, mas não há dinheiro para a contrapartida,
entretanto há a possibilidade de endividamento, porque as contas deixadas,
penduradas no prego, já estão pagas. Não há mais o déficit monstruoso e
ingovernável que paralisava o Governo do Paço Municipal, o Prefeito Fogaça.
Agora estamos passando a um outro momento, que é o momento de mostrar as
realizações. Ninguém está falando da quantidade de casas que estão sendo,
semanalmente, entregues em Porto Alegre; ninguém está falando da melhora de
muitos postos de saúde que nós estamos visitando, que nós estamos vendo.
Chama-se
caos na saúde de Porto Alegre aquilo que nós recebemos! Caos é o
contingenciamento de seis bilhões de reais do Governo Federal na área da Saúde.
Isso provoca o caos! E, dentro das dificuldades e, aos poucos, dentro das
craveiras apertadas dos cofres do Município, vivendo com discrição e
principalmente com postura, a Administração Fogaça vai demonstrando a sua
decência, a sua luta contra o déficit e mostrando agora que uma simples
operação que precisa passar por esta Casa, que vai ser examinada por esta
Casa... Não se pode, numa discussão de Pauta, já não fazer acusação, porque
aqui não se faz acusação; aqui se faz a insinuação. E toda insinuação é covarde
quando assaca contra uma Administração, quando generaliza de uma forma injusta.
E olha que, dentro de todas essas dificuldades, Porto Alegre está começando a
emergir do caos, sim, que recebeu, agora então nós vamos em busca... Ora, meu
Deus do céu, o que houve com esta Cidade na área da Saúde, na área da Educação?
Esta Cidade que tanto maltratou as suas crianças e até prêmio recebeu por
isso?! Ora, os últimos a reclamarem disso são aqueles que deixaram a
Prefeitura, porque as “uvas estão verdes, nem os cães as podem tragar”.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadoras e Vereadores, tinha
preparado uma fala especificamente relaciona à questão do esgoto pluvial de
Porto Alegre, mas os Vereadores que me antecederam me obrigam a reorientar a
fala, porque, colegas Vereadoras e Vereadores, o Ver. Claudio Sebenelo veio
aqui defender uma cidade fictícia sob o ponto de vista da realidade. A cidade
que não tem problemas nos postos de saúde, a cidade que tem milhares de obras
implantadas... Mas quem está dizendo, neste momento, que a Cidade tem superávit
econômico não somos nós, é a Secretaria da Fazenda.
Agora,
veja só esta contradição, Ver. Sebenelo, e isto temos que dizer para a
população: nós aprovamos aqui nesta Casa o Orçamento de 338 milhões de reais
para ser aplicado em 2006! Sabem quanto foi empenhado nesse mesmo ano? Cento e
nove milhões de reais, um déficit de investimento de 229 milhões de reais! Para
onde foi? Por que não realizaram esse empenho, se há superávit? Incompetência
administrativa, falta de capacidade gerencial? Pergunto isso, quero que
respondam!
Segundo
item: a queda de 32% no investimento em relação ao ano de 2004. Em 2005 foi
investido menos 50,9 milhões de reais aplicados em obras de reequipamento da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
(Aparte anti-regimental do Ver. João Antonio
Dib.)
O SR. CARLOS COMASSETTO: A fala é deste
Vereador que está na tribuna. Eu quero saber onde que está o recurso do
superávit para buscarmos novos investimentos. Ver. João Antonio Dib, V. Exª me
respeite aqui nesta tribuna, porque os números são reais, estão aqui.
E
digo mais: a execução dos principais programas e projetos foi um verdadeiro
desastre nesses dois anos. O DEP, que está elencando recurso... E não somos
contra buscar recurso, porque aprovamos
todos os pedidos de financiamento, mas queremos ver isso empenhado e aplicado,
não basta buscar recursos se eles não são aplicados eficientemente. Em relação
ao DEP, foram previstos, no ano de 2005, 5,6 milhões para serem aplicados no
Programa Aplicação e Melhoria da Rede Pluvial, e sabe quanto foram aplicados?
Dois, três milhões, 40%. Onde está o restante do dinheiro previsto e que não
foi aplicado? Isso não é superávit? Isso não pode ser utilizado nesse recurso
aqui? É isso que queremos saber, essa é a resposta que queremos ter, para poder
aprovar este novo pedido de financiamento feito pelo Executivo Municipal.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria que V. Exª dissesse na tribuna,
é um pedido meu, qual é o total do orçamento do DEP para este ano. Não sei se
V. Exª tem idéia agora, de cabeça, do orçamento do DEP para este ano.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Eu lembro com
perfeição que nós aprovamos aqui, no ano de 2005, que o Município buscasse mais
157 milhões de reais para o saneamento básico, que é obra do DEP também,
inclusive no Socioambiental. Portanto, eu creio que são, no mínimo, 50 milhões
destinados ao DEP.
O Sr. Claudio Sebenelo: Não, não,
menos de 20 milhões, até vou dizer para V. Exª que esse é um dos menores
orçamentos; que é muito difícil dentro do DEP fazer qualquer coisa sem a busca
do empréstimo.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Não
temos desacordo em buscar recursos; agora, o que não pode ser dito neste
momento é que a Prefeitura tem superávit. E o que nós discutimos e aprovamos
aqui como orçamento não é aplicado, inclusive, nas obras que nós estamos
recontratando. Eu tenho uma lista aqui. Vamos pegar a Educação de Jovens e Adultos. De
400 mil que teriam que ter sido investidos, sabem quanto foi investido? Cento e
cinqüenta e dois mil - 38%. Se nós pegarmos o programa da SMIC, o Geração de
Renda, dos 3,6 milhões de reais, sabem quanto foi aplicado? Zero. Bom, só pode
ter superávit! Se tem superávit, destine o superávit primeiro, que nós
poderemos buscar outros financiamentos - a discussão central é essa.
Para concluir, Srª Presidente, nós nunca nos
negamos a apoiar empréstimos, porém o Executivo está dizendo que tem 93 milhões
de reais de superávit. Queremos saber por que isso não foi aplicado no
cumprimento do Orçamento e por que esse superávit não é apresentado, neste
momento, junto com a sua aplicação para os programas sociais, aqueles que
estavam programados e não foram realizados. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Comassetto.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e assistência desta Sessão, sem dúvida
é com muita alegria e felicidade que nós podemos contar agora com um
Governo que criou o Ministério das Cidade, com um Governo que ajusta as suas
contas, produz superávit e produz equilíbrio para poder realizar investimentos
no social e no saneamento, porque assim não era. Nós passamos muitos anos da
Administração Popular, Ver. Guilherme, a pão e água; não só não havia financiamento,
não havia apoio do Governo Federal, como havia uma ofensiva e uma tentativa
permanente de desmonte dos serviços das autarquias, das empresas públicas com o
objetivo da privatização. Assim foi em todo o Governo FHC, tanto que no Governo
de oito anos de FHC foram investidos 2,5 bilhões de reais, Ver. Adeli. Foram
2,5 bilhões em oito anos! Agora, em apenas quatro anos, Ver. Goulart, o Governo
Lula investiu 11 bilhões, e estão previstos, para os próximos quatro anos, 8 bilhões de reais por ano
para saneamento. Para quem tem um déficit para atender às necessidades de água,
saneamento e drenagem de 180 bilhões, é um alento, porque, com esse objetivo,
nós vamos atingir as metas de sanear o Brasil nos serviços básicos de água,
esgoto, drenagem urbana, controle de resíduos sólidos, que demandam muito menos
recursos e também controle de vetores, todas questões do maior interesse da
Saúde Pública.
Estão
vindo 35 milhões de reais para Porto Alegre, do Ministério das Cidades, para
drenagem, para resolver crônicos problemas, que não teriam solução se não
fossem aportes desse tamanho, e eles vêm de fora, de financiamento. É o caso
típico dos moradores da Rua Santa Terezinha, ali do bairro Santana, da Rua
Laurindo e do entorno, moradores que sofrem cronicamente com alagamentos, assim
também ocorre na Vila Minuano, e há outros casos. Eu conheço bem o conjunto de
obras, são muito bem-vindas, e justificadas, e necessárias. Só tenho uma dúvida
em relação à casa de bombas 6, que, na nossa época, foi totalmente reformada,
e, pelo que eu entendo, não poderia haver demanda, a menos que haja elementos
novos que eu não conheça. Mas, em geral, é muito bem-vindo, é necessário, e
ainda bem que há um Ministério das Cidades saneado que hoje olha para o
saneamento, inclusive como uma questão de Saúde Pública.
Ainda
estão vindo a Porto Alegre, do Ministério das Cidades, do FGTS, mais 103
milhões de reais para o Programa Socioambiental, mais 34 milhões de reais para
o esgoto na Restinga, mais 30 milhões de reais para o esgoto na Av. Cavalhada,
totalizando 167 milhões de reais, mais 35 milhões reais, o que dá um total de
202 milhões de reais do Ministério das Cidades. Portanto com alegria é que
recebemos essa possibilidade de apontar uma Cidade de futuro, porque agora
estamos tendo parcerias que em outros momentos não tínhamos.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vou-lhe dar um fato novo: como não
há dinheiro, eles têm de fazer empréstimo, o que evidentemente é importante, há
contrapartida, mas quem sabe a Prefeitura poderia ser mais cuidadosa numa
pequena obrinha que vai haver na PROCEMPA e que vai custar a bagatela de 221
mil reais: seis sanitários e uma salinha. Que tal?
O
SR. CARLOS TODESCHINI:
É, há coisas que esta Câmara, como Poder que fiscaliza, tem que estar atenta.
Ver. Adeli, V. Exª levanta muito bem, são várias dessas que estão acontecendo
pela Cidade. É preciso que nos debrucemos, que estejamos atentos. Nós pedimos
uma CPI sobre a questão do lixo, em que estava sendo programado um desvio de
250 milhões de reais, e há um silêncio da maioria desta Câmara. Mais cedo ou
mais tarde, a Cidade vai cobrar essa conta e essa resposta, não pensem que isso
vai ficar para amanhã e vai ser esquecido, ao contrário, a cada dia que passa o
assunto pode se tornar mais vivo e mais quente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Todeschini.
Encerrada a Pauta. Visivelmente não há quórum.
Convoco os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras para, dentro de dois minutos, abrirmos
a 6ª Sessão Extraordinária.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h40min.)
* * * * *